domingo, 31 de janeiro de 2010

VERTIGEM


Olhe para essas mãos que não tem força para arrancar os próprios olhos.
Que escrevem por folhas brancas e escrevem por cima de outras linhas também.
Escrevo sobre o que não sei.
E falo o que nem sempre faço, apenas pra tentar fazer você sentir o que sinto. Desenhei a melhor imagem de mim.

Dilacerando corpos, cortando os pedaços de quem eu amava.

E arranquei as páginas dos livros e a melodia das canções.
Pelas ruas eu andei, colando minhas memórias.

Sou os vales e montanhas que meu humor imita.
As águas que eu temi e as noites que tentei enfrentar.
Nesses dias em que tudo parece estar impregnado do seu contrário.
Eu me estilhaço em cacos... E o corpo se refaz a cada instante.
Nesses dias em que tudo parece estar impregnado do seu contrário.
Pensar incomoda como andar a chuva quando o vento cresce e parece que chove mais.

0 comentários:

Postar um comentário